Abrasel faz campanha para que empresas e consumidores também pressionem o Governo contra o aumento
Com o aumento de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) desde quinta-feira (1) em função do corte de incentivos fiscais realizado pelo governo do Estado, diversos produtos, especialmente alimentos, estão ficando mais caros em Santa Catarina.
O preço do botijão de gás de cozinha subiu R$ 4 em parte das distribuidoras, a água mineral foi tirada da cesta básica e está pagando 142% mais de ICMS na hora da venda da indústria ao comércio e a Associação Catarinense de Supermercados (Acats) divulgou alerta nesta sexta-feira aos seus associados dizendo que itens de largo consumo, alguns até da cesta básica, tiveram mudança na tributação, que subiu de 7% para 12% ou 17%. Segundo a entidade, os supermercados não podem absorver preços, por isso repassam as variações para cima ou para baixo.
O setor empresarial catarinense está indignado com essa série de aumentos de alíquota de ICMS na contramão do que vem fazendo o Brasil. Empresários com quem a coluna falou lembram que o governador Carlos Moisés, quando candidato, em outubro, assinou um compromisso de que não elevaria a carga tributária. O que está fazendo agora é elevar a carga de impostos, contrariando o discurso de campanha que atraiu apoio da população. Há os que argumentam que essa alta de impostos que afeta boa parte do setor produtivo só está acontecendo porque tanto o governador, quanto o secretário da Fazenda, Paulo Eli, nunca tiveram empresa, por isso não sabem o que é o compromisso de pagar inúmeras contas mensais sem ter receita suficiente. A recomendação do setor privado é redução dos gastos públicos e redução do duodécimo para ajustar as contas.
Enquanto alguns ainda não reajustaram preços porque esperam o projeto do “Rescaldo” prometido para este mês, acreditando que o governo vai ceder na alíquota, outros já reajustaram. O setor atacadista que enfrenta alta de 7% para 12% no ICMS de carne de frango e suína, não repassou a alta, apostando que a Fazenda vai voltar atrás, informou o empresário Alexandro Segala. O presidente da Associação Catarinense das Indústrias de Água Mineral (Acinam), Tarciano de Oliveira, afirma que o setor não teve como postergar a alta. Segundo ele, a situação ficou muito difícil e há empresas que já estudam redução do quadro de pessoal em 10%.
Queixa geral
O aumento do ICMS para uma série de produtos foi o assunto dominante ontem no evento Inova+Ação, da CDL de Florianópolis, em parceria com a Abrasel em Santa Catarina. Muitos nem tiveram motivação para assistir palestras sobre inovação. O presidente da Abrasel no estado, Rapahel Dabdab, disse que a crise econômica continua e o setor de restaurantes está perdendo clientes, sendo que este mês terão ainda um choque de custos: aumentos dos preços dos alimentos pelo corte de incentivos, alta de 4,8% nos salários e de 4,8% no reajuste do aluguel, além do aumento das tarifas de água e energia. Cerca de 30% dos restaurantes fecharam na crise e o ICMS fora de SC é menor ao setor.
A Abrasel em Santa Catarina está fazendo uma campanha para que não só a instituição, mas também as empresas e consumidores pressionem o Governo contra o aumento.
Fonte: NSC Total e Abrasel em Santa Catarina.