inistério da Economia faz coletiva para anunciar crescimento na geração de empregos. Por outro lado, novo silêncio sobre a extensão da ajuda para pagar os salários. Atraso em função dos desencontros de orçamento entre Congresso e Ministério compromete setores que mais sofrem com a crise
Nesta terça-feira (30), o ministro da Economia, Paulo Guedes, e seus secretários participaram de coletiva de imprensa para anunciar o aumento na geração de empregos, comemorada pelo Governo.
Por outro lado, bares e restaurantes se frustram com a falta de notícias sobre a reedição do BEm, programa de ajuda para pagamento de salários, que permitia redução de jornada ou suspensão de contrato e evitou milhões de demissões em 2020. Mas mais uma vez, a ajuda não chegou, a poucos dias do vencimento de mais uma folha salarial.
Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor, um dos mais duramente atingidos pela pandemia, não pode ficar à mercê do desencontro orçamentário entre Ministério e Congresso. “O setor, que já estava colapsado, entra agora num estado terminal. Ninguém aguenta mais, a sensação é de desespero total entre os empresários. Esse cenário é injusto e desastroso, estamos falando de milhões de empregos e negócios dizimados por falta de acordo no Governo. É dever do Estado intervir e proteger numa situação dessas. É preciso responsabilidade e empatia. Estamos vendo isso em vários países e logo no Brasil, que está vivendo esse caos, a ajuda não vem. Não dá mais para fechar os olhos para nós. Precisamos de ajuda urgentemente”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Segundo a Abrasel, o setor que tinha um milhão de negócios e empregava diretamente seis milhões de pessoas até março do ano passado, sendo o maior gerador de empregos do Brasil, já perdeu 350 mil estabelecimentos e um milhão de postos de trabalho, até fevereiro desse ano.
E pesquisa feita pela Associação mostra que 78% do setor sinalizou não ter condições de pagar a folha de abril se o BEm não fosse reeditado logo.